Missão do Banco Mundial avalia potencialidades de grandes produtores do “cluster do abacate” em Angola

O Banco Mundial, um dos principais financiadores de projectos em Angola, efectuou de 12 a 17 de Outubro, uma a visita de trabalho, pelas províncias do Huambo e Bié, que aconteceu em paralelo com os trabalhos de apoio e supervisão ao Projecto “Diversifica Mais”.

Os trabalhos, realizados durante 5 dias, culminaram, no dia 16, com a visita à Fazenda Mungo, localizada na província do Huambo, no município homónimo do Mungo. Esta fazenda foi uma das selecionadas pela ARCCLA, instituição parceira do “Diversifica Mais”, para que, como um dos principais clientes-âncora da futura Plataforma Logística da Caála, beneficie de apoio no quadro da melhoria de infraestruturas de última milha no âmbito do Projecto “Diversifica Mais”. 

Tal como explicou Juan Carlos Alvarez, o Representante do Banco Mundial em Angola, esta visita de trabalho ao Huambo e Bié vai permitir ao banco, pela primeira vez, iniciar um processo de criação de sinergias internas entre 20 gestores de projectos para melhorar a actuação em todas as iniciativas do governo financiadas pelo próprio Banco Mundial e reforçar as parcerias com as entidades do governo,

Assim, fruto do levantamento realizado em Agosto pela Unidade de Implementação do Projecto (UIP), sobre as principais necessidades de última milha dos potenciais clientes da PL da Caála, a Direcção do Projecto está agora a avaliar formas de apoiar, ante ao leque de necessidades identificadas.

Por isso, o Banco Mundial entendeu constatar in loco as potencialidades dos clientes-âncora onde se enquadra a Fazenda Mungo, esta com mais de 2.500 hectares, 250 dos quais dedicados à produção do abacate. A fazenda é propriedade privada de Chris Master, que recebeu a delegação e começou por explicar que segundo um estudo produzido pela Associação Mundial do abacate, Angola tem condições únicas e ímpares a nível do mundo para se notabilizar como um dos maiores produtores mundiais do abacate.

O planalto central de Angola tem altitude, clima, espaço, visto que a densidade populacional não é alta nesta zona, e está numa das maiores bacias hidrográficas do mundo. Estas 4 componentes não existem, actualmente, em algum outro lugar do planeta terra.

Segundo Chris Master, foi daí que a Westfalia entendeu, em 2018, estabelecer com entidades públicas e privadas de Angola parcerias para a criação do “cluster do abacate” no qual fazem parte fazendas como Mungo, Tombola (Caconda, Huíla) e MMM, esta última, localizada igualmente no Huambo e que também mereceu a visita do Banco Mundial.

Dados do Ministério da Agricultura apontam que a província do Huambo é a maior produtora de abacate em Angola, tendo a produção em 2023 rondado as 50 mil toneladas.

Contudo, há necessidade de implementação de grandes infra-estruturas de suporte a esta produção para, por exemplo, acondicionar e facilitar a distribuição do abacate.

Por isso, fruto de políticas públicas do governo angolano, no dia 11 de Setembro do corrente ano, a ARCCLA (Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola), assinou um Acordo de Intenções com parceiros estratégicos nacionais e internacionais, que visa a dinamização das exportações de abacate a partir da Plataforma Logística da Caála, na província do Huambo, tal como se pode lêr no seu site oficial.

De entre os parceiros estratégicos nacionais e internacionais constam a Associação Agropecuária de Angola – AAPA, Westfalia e Flying Swans. O acordo prevê a partilha de informação, assistência técnica e financiamento aos produtores nacionais para desenvolver e acelerar a indústria de exportação do abacate.

E não menos importante, o acordo visa igualmente garantir as certificações fitossanitárias e outras impostas por governos e clientes a nível mundial, de modo que o abacate produzido em Angola vá de encontro aos padrões internacionalmente reconhecidos.

Portanto, a acordo recentemente assinado vai permitir o desenvolvimento da logística rural, que terá na Plataforma Logística um centro de armazenamento de frio para exportação do abacate produzido por pequenos e médios produtores, na região do Planalto Central.

Actualmente, segundo um estudo recente da Mordor Intelligence, o mercado mundial do abacate está a crescer a taxas expressivas na ordem dos 9,4% ao ano, cifrando-se em cerca de US$ 22,69 mil milhões em 2024, e devendo atingir US$ 35,55 mil milhões até 2029.

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