Governo provincial do Bié apela à concretização do projecto do Pólo de Desenvolvimento Industrial do Cunje

A delegação do Banco Mundial que, desde o dia 12 do corrente, está a levar a cabo a realização de uma série de visitas de constatação, deslocou-se no dia 14 à província do Bié, por via férrea, usando a linha de transporte normal dos Caminhos de Ferro de Benguela (CFB), fazendo o percurso de cerca de cinco horas entre a cidade do Huambo e o município do Cuíto.  

A delegação está a ser chefiada pelo Representante do Banco Mundial em Angola e São Tomé, Juan Carlos Alvarez, e é acompanhada pelo Director para as Parcerias Público-Privadas do Ministério do Planeamento, Augusto Dembo, pelo Coordenador da Unidade de Implementação do Projecto “Diversifica Mais” e Especialistas e também por responsáveis e técnicos da ARCCLA e do IDIIA.

No encontro de cortesia programado, a delegação foi recebida nesta terça-feira, 15 de Outubro pela Vice-governadora para área política, social e económica, Alcida Sandumbo, em representação da Governadora, Celeste Adolfo.

Durante o encontro, o Representante do Banco Mundial em Angola explicou que a visita ao Bié surge da necessidade que o Banco tem de criar sinergias internas entre os seus 20 gestores de projectos, no sentido de melhorar a actuação em todas as iniciativas do governo financiadas pelo próprio Banco Mundial e reforçar as parcerias com as entidades do governo. 

Por seu turno, a vice-governadora, Alcida Sandumbo, apelou à delegação para que se dê maior atenção na concretização das grandes infra-estruturas importantes para o desenvolvimento socioeconómico da província, com grande destaque para o Pólo de Desenvolvimento Industrial do Cunje.

Segundo Alcida Sandumbo, os indicadores extraídos aquando da realização da Feira do Expositor Agrícola, na província do Bié, com a participação de mais 400 expositores locais, foram determinantes para avaliar os elevados níveis de produção actualmente alcançados. Contudo, o transporte e a gestão logística da produção ainda se configuram em verdadeiros desafios.

Director Figueiredo

Chamado a intervir, o Director do Gabinete Provincial de Desenvolvimento Económico Integrado do Bié, Figueiredo Canguende, explicou que, à luz do Programa Integrado de Desenvolvimento do Comércio Rural, têm recebido muitas manifestações de interesse por parte de empresários a solicitarem financiamento para o sector dos transportes, uma vez que não conseguem aceder ao crédito.

Deste modo, no entender de Figueiredo Canguende, o Projecto “Diversifica Mais” pode trazer ao Bié uma lufada de ar, visto que prevê iniciativas de facilitação de acesso ao financiamento e o apoio na construção de infra-estruturas estratégicas.

Atendendo aos níveis altos de produção que a província tem registado, vezes sem conta, segundo Figueiredo Canguende, “assiste-se à deterioração de muita produção por falta de estruturas para o escoamento e acondicionamento”.

Pelos factos acima evocados, o Pólo de Desenvolvimento Industrial (PDI) do Cunje, no circuito económico da província do Bié, é considerado como “a menina dos olhos bonitos”, apesar de até ao momento as obras no local definido para a sua edificação não terem arrancado. Ante tal realidade, o governo provincial do Bié vê uma luz de esperança para a concretização do projecto do Pólo Industrial no âmbito do projecto “Diversifica Mais”. 

O Pólo industrial do Cunje foi idealizado em 2008, com previsão de implementação em 2010. Passados 13 anos, a sua concretização continua a não sair do Plano. Segundo o Director do Gabinete Provincial de Desenvolvimento Económico Integrado, a zona escolhida para a construção do Pólo, com uma superfície de 300 hectares, revela-se estratégica uma vez que está a escassos metros da linha férrea que configura o Corredor do Lobito.

Portanto, para a alta direcção do governo provincial do Bié, com a materialização do Pólo Industrial do Cunje muitos problemas que assolam a província serão mitigados, como a falta de emprego para os jovens locais e a falta de conservação e transformação da produção.

O Representante do Banco Mundial, Juan Carlos Alvarez, disse ter tomado boa nota das questões levantadas e indicou ser necessário manter um diálogo ao nível técnico com a coordenação do Projecto “Diversifica Mais” e as entidades implementadoras.

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