A delegação comissionada pela Direcção do Projecto “Diversifica Mais” deu por concluído o ingente trabalho de prospecção às Províncias da Huíla, Huambo e Bié, realizado de 26 a 30 do findo mês de Agosto, no qual procedeu ao levantamento das principais necessidades em infra-estruturas de última milha dos clientes-âncora da Plataforma Logística (PL) da Caála.
A conclusão dos trabalhos aconteceu durante a visita à fazenda Mungo e que vai agora culminar com a compilação das informações recolhidas.
Este trabalho vai permitir ao Projecto “Diversifica Mais”, em sede da sua Componente 2, estabelecer o seu plano de actividades para 2025 e tomar decisões mais realistas relativamente às prioridades de intervenção em infra-estruturas de última milha que sirvam para maximizar o grande investimento que já está previsto e será levado a cabo na Plataforma Logística da Caála.
A delegação, constituída por quadros da UIP do Projecto Diversifica Mais, da Direcção Nacional das Parcerias Público-Privadas (DNPPP) e da ARCCLA (Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola), teve a oportunidade de deslocar-se à província do Bié para constatar de perto o potencial da futura Plataforma Logística do Cunhinga.
No total, foram percorridos pouco mais de 1100 km pelas três províncias, partindo da Huíla, do Lubango (Huíla) para Caconda, visitando, no Huambo, os Municípios da Caála, Mungo e Longonjo e a aldeia do Cassuculo, e por fim, no Bié, descobrindo o Município do Cunhinga.
Com efeito, o último destino da missão foi a deslocação à Província do Bié, mais concretamente ao Município do Cunhinga, onde, depois ter sido recebida pelo Administrador Municipal Adjunto, Paulino Muenho, a delegação partiu para o local em que vai ser construída a Plataforma Logística do Cunhinga, uma das plataformas mapeadas pela ARCCLA que poderá ser apoiada no âmbito do Projecto “Diversifica Mais”.
A área da futura Plataforma Logística do Cunhinga tem como uma das suas particularidades, a sua localização, pois está a escassos metros da linha férrea do Caminho de Ferro de Benguela (CFB) pela qual se estende o Corredor do Lobito.
Em termos de infraestruturas eléctricas, a zona vai contar com fornecimento parcial de uma linha que vem da sub-estação do Município do Cuito. Apesar da área contar com duas nascentes e um rio próximo, há necessidade de infraestruturas para o provimento de água à futura PL do Cunhinga. As estradas de acesso à zona e a construção de um ramal ferroviário constam igualmente do leque de infraestruturas de última milha necessárias.
Actualmente, o potencial agrícola do município e a posição geográfica do Cunhinga estão entre os aspectos que justificam o apoio à implementação da Plataforma Logística, visto que grande parte da produção que abastece, tanto o Norte como o Leste do país, passa pelo Município. Segundo o Administrador Adjunto do Município, o Cunhinga já é o segundo maior produtor de cereais da Província, particularmente trigo, arroz e milho, sendo apenas superado pelo Chinguar.
Existem produtores que já alcançaram grandes áreas de cultivo, na ordem dos 250 hectares de trigo. Contudo, por falta de estruturas locais para o armazenamento, vêem-se obrigados a depositar toda produção nos silos localizados no Município da Catabola.
Ainda sobre o potencial agrícola do Cunhinga, a região está igualmente a produzir tubérculos como a batata, e frutícolas como os citrinos e o ananás.
Com o levantamento das necessidades de infraestruturas de última milha na zona em que vai ser construída a Plataforma Logística do Cunhinga, o Projecto “Diversifica Mais” vai poder considerar o âmbito de intervenção para materializar algumas das infraestruturas na zona da futura Plataforma Logística do Cunhinga, caso esta PL seja considerada no âmbito do projecto.
